16 September 2006

V8 Supercars

Como não tenho interesse especial por futebol como a maioria, acompanho o desporto automóvel. Por razões que não valem a pena comentar Portugal não está na rota dos grandes eventos do desporto automóvel. Assim e pela TV, acompanho a Formula 1, o Nascar, o Cart entre outros, mas há um não menos interessante que se realiza na Austrália, o V8 Supercars.

Há quem diga que é a ver­são australiana da NAS­CAR, mas em alguns aspec­tos têm mais parecenças com o DTM.
Na verdade, o V8 Supercars têm a sua própria identi­dade, tão ligada ao seu país de origem como as duas competições mencionadas são aos respectivos países. Até 2004, o V8 Super­cars chamava-se Campeonato ­Australiano de Turismo, durante anos foram permi­tidas as presenças de carros oriundos de outros países, respeitando as regras do Grupo A, mas desde 1993 esta competição está re­servada aos construtores australianos. A maior parte dos pilo­tos são australianos, com uma presença menor de neo­zelandeses e apenas um es­trangeiro. A organização está entre­gue à AVESCO, proprieda­de da organizadora IMG e da associação de equipas, a TEGA.
Um fim-de-semana de corridas é sempre bastante preenchido, pois os inscri­tos têm geralmente que par­ticipar em três provas por evento, com uma corrida de 100 km no sábado e duas de 140km no domingo.

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Apenas Ford e GM participam no V8 Supercars

Pontos são entregues aos 32 primeiros, e as corridas têm coeficiente de 2 ou 4, com o mais baixo a represen­tar a primeira corrida de do­mingo. A excepção são três provas, a Clipsal 500, em Adelaide, com duas corridas de 250 km (coeficiente 5), enquanto a Sandown 500 e Bathurst 1000 têm, como o nome indica um único even­to de 500 ou 1000 km.
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A distância destas corri­das obrigam as equipas a ins­crever dois pilotos por car­ro, com atribuição de um coeficiente 10 de pontua­ção. Logicamente, um bom resultado nestas duas pro­vas é decisivo para uma boa pontuação no campeonato. Os reabastecimentos são permitidos em todas as cor­ridas. Pela segunda vez, o campeonato tem uma ronda internacional, que em 2005 foi disputada em Xangai, e este ano terá lugar no Circui­to Internacional do Bah­rain, a 24 e 25 de Novembro.


Produção local

Desde 1993, quando o Gru­po A deu lugar aos regula­mentos V8, que o campeo­nato e exclusivo para cons­trutores locais, a Ford e a General Motors (Holden). A Toyota e a Mitsubishi também têm produção local mas como não possuem car­ros com motor V8, nunca consideraram seriamente a participação.
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Os carros usados são os best-sellers da indústria au­tomóvel australiana, o Ford Falcon e o Holden Commodore, modelos 2005-2006. Ambos utili­zam chassis baseados em série (nada de estruturas tu­bulares), com motor V8 de 5 litros.
Estes já não têm nada a ver com os actuais modelos de produção, pois são anti­gas unidades OHV com bloco em aço e cabeça em alumínio. Ainda assim, são capazes de atingir potên­cias na ordem dos 630cv.
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A electrónica é única pa­ra os dois modelos, fornecida da pela Motec, com limita­dor de rotações às 7.500 rpm. As caixas também são obrigatoriamente forneci­das pela Holinger, de con­cepção australiana, e com seis relações.
Igualmente idênticos são os pneus Dunlop e Bridgestone, que calçam jantes OZ de 17 po­legadas com largura de 11 polegadas. Já os travões são livres, com a Ford a op­tar pela marca Brembo, e a Holden a escolher a AP.
0 peso mínimo do car­ro e de 1355kg sem piloto, mas ainda assim é capaz de atingir os I00km/h em ape­nas 4 segundos, com veloci­dades máximas que se apro­ximam dos 300km/h.
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As provas do campeonato V8 Supercars podem ser vistas no canal Motors TV.
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